quarta-feira, 1 de julho de 2009

Mangue Negro

Ficha Técnica:
Titulo Original: Mangue Negro
Titulo Fora do Brazil: Mud Zombies
País de Origem: Brasil
Ano de Lançamento: 2008
Diretor: Rodrigo Aragão
Sinopse: Certo dia, em uma comunidade de pescadores e catadores tão pobres quanto fora do tempo, a natureza resolve mostrar seu lado macabro. Do manguezal, lugar de onde sai o mísero sustento, emergem zumbis canibais.



Link para video no Youtube da galera do Blog Bundifora entrevistando participantes da mostra e Betina Goldman, organizadora do evento: LINK AQUI

_______________________________________
Avaliação: Erik (a mistura de siri bandido com baiacú roncador...)

Filme de Zumbi... mais um ... aeeeeeeeeeeeee

Esse SP Terror tinha que ser de seis em seis meses. É uma pena consegui ver pouquíssimos filmes da mostra, mas quando vi que a sessão de “Mangue Negro” estava com seus ingressos esgotados, percebi que a iniciativa foi um sucesso, e espero de verdade que possamos presenciar o “50º SP Terror”, e muitos mais.

Eu estava ansioso pra ver esse filme já fazia algum tempo. E ansiedade é uma bosta.
Existem duas formas de analisar esse filme. Ou você assume que é uma produção corajosa e original, num terreno árido e ingrato como a produção de terror nacional, e desencana dos percalços técnicos pelo qual a obra fatalmente passa. Ou então se assume que falta de dinheiro e recursos não é desculpa pra filme tosco, e desce-se a lenha em todos os problemas que encontrar pela frente.

Confesso que saí do cinema meio de saco cheio. Achei o filme comprido demais, com uma edição sem impacto e às vezes irritante, parecia um filme de zumbis de um projeto escolar. Tudo meio sem pés nem cabeça e com umas idéias de jerico (... fígado de baiacú roncador???...).

Mas acho que nesse tipo de filme, essa não é uma abordagem correta.

Em geral regionalidade, quando não usada com inteligência, me enche o saco. Fico com a impressão que, pra vender filme brasileiro, tem que ter samba, maracatu, e tem que falar de pobre, prostituta e bandido. E acho que a culpa desse meu sentimento é da globo, que explora o tema mais do que meu tico e teco aguentam, e de forma boba e superficial.

Mas não é que essa historia de zumbis no mangue é danada de boa?
Sem duvida o ponto alto do filme é mesmo o gore. Os personagens perseguidos pelos zumbis vão ficando lambuzados da cabeça aos pés, com uma mistura de sangue com lama preta, num cenário desolado e aflitivo por si só. Uma melequeira que me lembrou o cláááááássico “
Braindead”. Teve até animação “stop motion”.
Eu poderia encher os culhões de todo mundo falando de tudo no filme que, pra mim, não funcionou. E teve um montão de coisas. Mas vou deixar quieto. Pois adoro ver gente dedicada tirando leite de pedra pra fazer o terror (terrir?) seguir em frente.

Basicamente, a lambuzeira, a maquigem tosca e a idéia de zumbizada saindo da lama preta salvaram o filme. E como o tal já virou um Cult absoluto no circuito alternativo de terror nacional, acho que o diretor tem tudo pra se sair bem melhor na próxima vez. E eu acho que vai.

____________________________

Avaliação Pedro: (Coração Peludo)

Sobre como foi a Quarta Macabra já falei ai embaixo na avaliação do Yesterday, dose dupla no mesmo dia vamos ao principal filme da noite.

Bom chegou a hora... o filme de zumbi tão esperado do Rodrigo Aragão, platéia lotada, gente tentando comprar ingresso já esgotado a tempos, apagasse as luzes e começa o filme, a primeira cena dos pescadores no mangue muito boa, atores passaram a sensação macabra do ambiente a ansiedade aumenta, próxima cena na casa da mocinha do filme......... AHHHHHHHHHHHHHH filme do Mazzaropi ?
O Luis, personagem principal é a cópia do Jeca Tatu.

Bom, pra mim foi ladeira abaixo, estava com o coração aberto, torcendo pra ser um bom filme, não foi. Apesar de todos os cinéfilos “cults” terem achado o máximo, prêmios e mais prêmios em festival, o filme não conseguiu me agradar, milhões de defeitos técnicos que não vem ao caso, como filme independente e com baixo orçamento releva-se tudo isso, o que não consegui relevar é um filme chato com roteiro pobre, atores de última categoria, achei que estava assistindo uma pornô chanchada dos anos 70, cada ataque de zumbi é acompanhado de um som maracatu, por mais que o diretor quisesse passar a brasilidade e regionalidade do filme não combinou, não adianta forçar.

Outro fator negativo são cenas demoradas e desconexas, o filme poderia ter meia hora a menos, bom disse que não ia falar dos defeitos técnicos mas tem alguns que vale a pena citar, tentativa de CGI ou outro recurso que não sei o nome de um zumbi invadindo a casa que ficou parecendo os filmes do SIMBA O MARUJO, coisa de 40 anos atrás. Usar animatronics (robôs) apesar de ser boa a idéia, foi uma tentativa fracassada não acrescentou nada só deu mais tosquidão ao filme.

Vamos aos pontos positivos, maquiagem dos zumbis muito bem feitas, cenas gore realmente gore, os zumbis saindo da lama, a idéia central do filme também é muito boa, mas volto a repetir, me desculpem todos os fãs que são CULTS e acharam o filme bom, foi perdida uma grande oprtunidade de se fazer um ótimo filme, minha principal referencia para achar um filme bom ou ruim é se estou me divertindo ou não, nesse pensei em abandonar a sala algumas vezes, Falta de dinheiro não é desculpa para filme ruim, Viva José Mojica Marins !!!!


_______________________________

Avaliação do Luisão (aquele que é fã do Mazzaroppi, do Jeca Tatu, do Pedro Malasartes, da Turma do Sitio e do Dedé e o comando Maluco... ícones da cultural regional nacional)


Depois de quase seis meses que o Erik, Pedro e André assistiram esse filme no cinema, eu finalmente tive a oportunidade de compartilhar a experiência e exteriorizar minha impressão sobre o mesmo.

Inicialmente vou aproveitar essa avaliação póstuma para deixar claro pros leitores do blog que nenhum de nós macabros entendemos verdadeiramente de cinema. Melhor dizendo, a gente não manja nada. Quando gosta do filme fala bem, quando não gosta desce a lenha. É só isso!!!

Nenhum de nós (não a banda tosca nacional, nós os integrantes da Quarta Macabra) tem gabarito pra falar que um filme é ruim ou bom. Simplesmente assistimos muitos filmes de terror, já estamos chegando ao centésimo só de macabra, e tentamos passar nossa opinião de fã para os leitores virtuais, para dar “uma dica” quando eles quiserem ver determinado filme. E nossas opiniões divergem muito, o que deve confundir quem lê!

Sinceramente, para mim, o blog tem a função de ser um diário desse encontro de amigos, dessa balada que se chama Quarta Macabra e que um dia vai acabar. O blog servirá de registro, por isso que costumo dar mais atenção a contar os acontecimentos da noite, a como agimos, votamos, brigamos, etc, do que propriamente em "avaliar" o filme, até porque, quem quiser uma critica de verdade encontra facilmente no google de pessoas realmente qualificadas.

Queria fazer esse “mea culpa”, antes de expressar minha singela opinião sobre o Mangue Negro, para desmistificar uma vaidade que nós macabros incorporamos de um tempo prá cá, e que não encontra respaldo na realidade, pois somente estamos aqui brincando de críticos de cinema.

Acompanho essa produção desde 2006, através de tópicos criados em comunidade do Orkut como a TGTG – Trash, Gore e Terror em Geral e a do site Boca do Inferno... lembro ainda do dia que assisti o trailer no Youtube, e emocionado enviei pro Erik.

É daqui que começo a discordar veementemente, porém respeitosamente, dos dois colegas acima. O Erik ainda que pegou leve no não gostar do filme, o Pedro deu a esculhambada básica em filme sem grande produção, ambos motivados pelos respectivos gostos pessoais.

Pois bem, de cara ressalto que a experiência no cinema, assistindo dois filmes consecutivamente, é bem diferente de assistir no sofá de casa. Comentei isso pra falar que o filme não é longo, ao contrário da opinião unânime dos dois colegas. São somente 104 minutos!!! Que pra mim passaram rapidamente, rsrs...

A trilha sonora é fantástica. Uma orquestração ambiental feita exclusivamente para o filme pelo falecido Jaceguay Lins (sei disso porque o filme foi dedicado a memória dele) executada pela Orquestra Sinfônica do Espírito Santo sob regência de Helder Trefzger (peguei na ficha técnica), que mistura a grandiloqüência da dinâmica clássica com ritmos e instrumentos regionais, que lembra um pouco a obra mais famosa do Heitor Vila Lobos. De resto, na equipe técnica é divertida a quantidade de sobrenome Aragão... o diretor pôs a família inteira pra trabalhar.

Em resumo, eu gostei muito do filme, e discordo da galera daqui do blog em gênero, número e grau. Mesmo quando assisti o excelente curta “Amor só de Mãe” do Dennison Ramalho, que tem mais regionalismo ainda que este, tinha achado a ambientação numa vila pobre de pescadores, muito boa e diferente do que estava acostumado... este aqui é parecido, mas só nesse quesito.

O gore é excelente e abundante, a maquiagem dos zumbis é de primeira, a ambientação no mangue é escura e tenebrosa, a cena do cerco final, bem feita. A partir daqui darei alguns inevitáveis:

*** S P O I L E R S ***

Os animatronics não chegam a comprometer: tem um bem ruim quando um zumbi entra na cabana e morde o braço da Raquel (a mocinha do filme, paixão do xará Luiz, “o galã”), e outros que são muito divertidos, como a língua do pai zumbi da Raquel, além de um bicho esquisito que sai de dentro da mãe zumbi, numa cena regada a muito sangue.

Aliás, a cena em que a Raquel arranca a mandíbula do pai e ele fica linguarudo, é uma homenagem clara ao Romero e seu famoso zumbi da abertura do Day of the Dead, conhecido simplesmente como “The Tongue”. Bravo Rodrigo Aragão, tanto pela homenagem ao tio, como pelos efeitos especiais.

Destaque também pro Luiz, o tal Jeca Tatu que o Pedro falou... realmente, é um capiau, com cara de bocó... o cara passa o filme inteiro sendo interrompido por zumbis, toda vez que vai declarar seu amor para a Raquel. Mas ai quando pega uma peixeira, um facão ou uma machadinha na mão, desconta essas interrupções de forma competente e violenta. Um verdadeiro Ash do Mangue, he, he, he... detona hordas de zumbis barrentos.

Curti muito também a cena do Agenor, o pescador falastrão negão, que fica em cima da árvore no mangue, se escondendo de um zumbi e dorme lá em cima, rsrs...

O lance do fígado de baiacu roncador ser veneno para salvar vitima de mordida de zumbi, pra mim não desagradou, pelo contrário, achei um regionalismo criativo. Só sei que vou por limão quente, esquentado no garfo, nas minhas futuras escoriações, uhauahauahaauahauaha!!!

Agora uma pergunta: o Rodrigo Aragão não tinha nenhum ator mais idoso pra fazer personagem velho no filme??? Pra que fazer maquiagem tosca de velho nos atores??? A maquiagem de velho do pai da Raquel ficou uma bosta... da mãe gorda e cega também, apesar que me lembrou a zumbi gorda do remake do dawn of the dead (seria outra homenagem?).

Já o ator que faz a Dona Benedita, apesar dos cabelos de algodão e da maquiagem tosca de preta véia, eu adorei... cara, que engraçado que é essa personagem, sempre falando do falecido marido “que Deus o tenha”, uahauahauahaauahau...

Bom, é isso... deixo aqui meu registro da defesa sincera desse corajoso filme nacional. Lembrando que gosto é gosto!!!

Abraaaaaaaaaaaaaaaaaaços.

Um comentário:

  1. Hey, caras!

    Só pra dar um toque... postei o vídeo que fizemos lá no SP Terror.

    Aliás, curti o blog!


    ...e só pra constar, saí do Mangue Negro meio decepcionado. A edição e a (longuíssima) duração me irritaram.


    seeya!

    ResponderExcluir