segunda-feira, 15 de junho de 2009

Diary of the Dead

Informações Técnicas
Título no Brasil: Diário dos Mortos
Título Original: Diary of the Dead
País de Origem: EUA
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 95 minutos
Ano de Lançamento: 2007
Estúdio/Distrib.: Imagem Filmes
Direção: George A. Romero
Sinopse: O veterano do cinema de terror e reconhecido mestre do gênero morto-vivo, George A. Romero (A Noite dos Mortos Vivos, 1968), traz em sua nova produção um grupo de estudantes que resolve fazer um filme de terror numa floresta e quando menos esperam, são surpreendidos por vários zumbis. Pensando em criar algo real, os estudantes resolvem usar os mortos vivos no projeto, o que pode fazer com que o filme nem termine e não sobre ninguém vivo para contar a história.

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0848557/
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Avaliação do Luisão (o imparcial)
Até agora fiz umas 15 avaliações aqui nesse blog. Como iniciamos esse espaço virtual quase dois anos após o início da Quarta Macabra, com 80 filmes já vistos, tenho tentado escolher os filmes que vou postar avalição com base em dois critérios: filmes que lembro e filmes clássicos.
Diary of the dead, não se encaixa muito em nenhuma das duas hipóteses, mas tenho um compromisso moral particular em avaliar todo e qualquer filme de zumbi. Então vou tentar fazê-la o melhor possível e ser imparcial... traduzindo: não vou ser baba-ovo do Romero.
Este aqui talvez seja o único exemplar de um "quase-road-movie-com-zumbis". O Pedro terá que criar uma nova categoria aqui no blog, he, he...
Romero quis fazer um filme diferente dos outros que ele já tinha feito, moderno, seguindo um estilo de filmagem que entrou em moda novamente após Cloverfield e [REC]... e antes desses, The Last Broadcast, Bluxa de Blair e Cannibal Holocaust.
Esse filme NÃO é parte da trilogia (ou quadrilogia), mas podemos encará-lo como "uma visão dos primeiros momentos em que os mortos se levantaram". Pensando nisso somente (no acontecimento "Os mortos levantaram") podemos até encará-lo como um prequel do Night of The Dead... Como eu queria vivenciar esse momento, rsrs...
Mas não há qualquer relação direta com a trilogia, até mesmo por conta da cronologia (o filme é passado nos dias de hoje). Apenas em termos de situação, esse filme estaria antes de todos os outros (em Diary os primeiros casos de mortos voltando tinham acabado de acontecer. O mundo ainda estava "normal". Na trilogia, a coisa já estava mais generalizada).
Outro coisa que achei legal foi a mobilidade dos personagens. Se Romero fizesse mais um filme "de confinamento", seria mais do mesmo... apesar que eu adoro filme de cerco, isolamento, etc...he, he, he!
Nesse não, os personagens duvidam dos acontecimentos relatados no rádio e TV (como provavelmente ocorreria se a epidemia ocorresse de verdade) mas, como nunca se sabe, eles tentam ir para um lugar seguro, por via das dúvidas.
Os Zumbis lentos e burros sempre me agradaram tanto quanto os zumbis/infectados velocistas (apesar que estes representam uma ameaça maior, num primeiro momento, dando chance de fazer um filme mais tenso, com mais ação, vide o remake do Dawn of the Dead). Mas o lance dos Zumbis de Romero sempre foram a grande quantidade e o fato de nunca desistirem de tentar atacar você. Mesmo que seja só uma cabeça separada do corpo...rsrs
Apesar do estilo parecido, não há como compará-lo com [REC], de forma alguma, porque são cenários, situações e propostas diferentes. É um "puro Romero" e deve ser apreciado como tal, com tudo de bom que sempre teve em seus filmes. E ainda com uma tentativa de fazer algo diferente, sem parecer remake de si mesmo.
Asim, considero um filme autoral. A marca e a visão do Romero estão impregnadas em todo o filme. A proposta dele era impor sua visão dos primeiros momentos que os mortos levantaram com foco nos seres humanos e como eles reagem a tudo aquilo. Como o filme é passado nos dias de hoje, ele pode ainda aproveitar todo o hype em torno da tecnologia e da facilidade de gravação, edição e compartilhamento de imagens que temos atualmente (vide as atualíssimas filmagens das manifestações contrárias a fraude da eleição no Irã e a repressão do governo) e inseriu isso em forma de crítica, não só ao comportamento bizarro do ser humano (evidenciado pelo fato do câmera continuar filmando indefinidamente as mais terríveis situações e pela frase, logo no começo, de que o ser humano tem um interesse mórbido de ver alguém morto).
O lance da descrença inicial dos personagens de que tudo aquilo era verdade, mesmo vendo/ouvindo várias notícias sobre isso na TV e Rádio, mostra a negação, reação básica do ser humano em momentos de desespero, e também a descrença nos meios de comunicação, que manipulam informações de acordo com interesses diversos.
Do meio pro fim do filme, a quantidade de Zumbis começa a aumentar bastante e no final a situação já está descontrolada. O destino dos protagonistas foi corajoso, como sempre é nos filmes de Romero, e deixou a porta aberta ao começo do caos total que já vimos nos seus outros 4 filmes de Zumbi. Não há relação cronológica entre Diary e eles, mas em termos de situação, Diary é o ponto zero.
Outro destaque é a cena final, homenagem ao remake de Tom Savini.
Portanto, apesar de ser abaixo da quadrilogia, está longe de ser ruim... bem longe mesmo!
Pontos fracos: o elenco tem todos cara de ator da Malhação, não me convenceu, achei fraco! Ninguém merece playboyzinhos e patricinhas combatendo zumbis ao estilo House of the Dead...ainda se rolasse uma putariazinha... mas nem!!! Os únicos peitos que aparecem são em 0,01 segundo! Não que precisasse, que fique claro! Pelo menos eu não lembro de nenhum filme do Romero que tivesse nada disso, e nunca precisou! Mas com um elenco desses... tem que aproveitar!
Outro defeito: Nem todo o filme do Romero tem que ser GORE, mas um filme de ZUMBIS do Romero com tão pouco gore assim, sem banquete nenhum, nenhum membro arrancado... convenhamos, não tem como não decepcionar um pouco!
Mas melhor mesmo foi o velho surdo-mudo jogando dinamite num bando de zumbis e se apresentando com a plaquinha escrito com giz: "I'm Samuel, hello!" enquanto voam pedaços de zumbi por cima dele! E a cena mais gore do filme, quando ele enfia a foice na própria cara pra matar o zumbi atrás dele!
Tem uma participação relâmpago do próprio Romero, na TV como um chefe de polícia! E uma citação ao Day Of The Dead, quando um paciente no hospital levanta da cama e caem as tripas de dentro da barriga!
Enfim, é um legítimo Romero de Zumbis, melhor que as imitações, mas o mais fraco dos filmes de zumbis do diretor e perde feio para "homenagens" como Shaun of the Dead ou Dead Set, e também prefiro os infectados de [REC] e Extermínio.
Assistam, não tem filme de zumbi ruim... se falarem o contrário, já sabem o que acontece...

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