terça-feira, 16 de junho de 2009

Encarnação do Demônio

Informações Técnicas
Título no Brasil: Encarnação do Demônio
Título Original: Encarnação do Demônio
País de Origem: Brasil
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 90 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Site Oficial: http://www.encarnacaododemonio.com. br
Estúdio/Distrib.: Fox Filmes
Direção: José Mojica Marins
Sinopse: Após 30 anos preso numa cela para doentes mentais, Zé do Caixão (José Mojica Marins) é finalmente libertado. Novamente em contato com as ruas, o sádico coveiro está decidido a cumprir a mesma meta que o levou preso: encontrar a mulher que possa lhe gerar um filho perfeito. Em seu caminho pela cidade de São Paulo, deixa um rastro de horror, enfrentando leis não-naturais e crendices populares.

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0923683/

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Avaliação do Luisão do Caixão
O filme dá um show sobre quase todos os filmes atuais ... sequências de Jogos Mortais de cú é rola!!!
O Mojica é o carisma em forma de pessoa. Ele nem precisaria falar, só a presença dele já impõe respeito (viu, Luizinho Sonequito).
A cena inicial, da soltura do Seu Zé é sensacional, linda. Se antes os efeitos eram chamados de defeitos especiais hoje quem ousar chamar assim é no mínimo um bastardo mal intencionado! Maquiagens e efeitos sonoros dão um show.
Valadão e Cortaz também mandam muito bem e o melhor, o Seu Zé teve culhão de colocar mulheres nuas por completo! Não existe esse falso moralismo do terror atual.
Acho apenas que poderiam ter se aprofundado mais na história de algum dos "adversários" de Zé do Caixão, talvez se Valadão não tivesse morrido pudesse ser ele... Arriscaria também no Cortaz (um frei que se auto-fragela a la o horroroso Código da Vinci)... Mas acredito que a personagem do Valadão é que deveria ser aprofundado na trama. Acabou que vários personagens aparecem e nenhum é explorado profundamente... Mas nada que afete o resultado final de forma drástica.
Terror clássico, feito com os recursos dos moderninhos sem virar terror moderninho. Mojica demonstra que DEVE ser respeitado e sempre incluído em qualquer lista de diretores de horror.
Derramar queijinho quente na danada e botar o ratinho pra comer é de chorar de emoção. Melhor que isso só casulo de carne de porco com recheio de quenga mesmo...
A Encarnação do Demônio foi a nossa primeira "Quarta Macabra no Cinema", excelente balada, com direito a cervejinha no boteco da Rua Augusta antes e depois do filme...e teve várias razões para ser assistido na telona (só não foi o viadinho do Pedro, mas tivemos como convidados o Beto e o César).
A 1ª razão é que esta é talvez a única grande oportunidade em ver em tela grande um filme colorido com o típico personagem Zé do caixão. Há 40 anos que José Mojica Marins não aparece nas telas brasileiras e este retorno é super bem vindo.
A 2ª razão é ver um dos maiores ícones do cinema brasileiro, que é Jece Valadão, em ação. Sua morte durante as filmagens não é sentida no filme, que utiliza sua figura de um jeito bem peculiar.
Mas vamos ao filme.
Encarnação do Demônio evidentemente NÃO é um filme comercial, ou seja, Zé Mojica, não o produziu pensando em gerar gordas bilheterias ou produzir críticas maravilhosas. É um filme para assistir em festivais específicos e mostras premiadas.
José Mojica é um visionário e dono de uma idéia bem original. Compor uma trilogia sobre um personagem funesto (Zé do Caixão) que busca a mulher perfeita para gerar seu filho legítimo. Este filme é o 3º da trilogia com um espaço de quase 40 anos. Isso é algo inédito no cinema mundial e é para ser aplaudido de pé. Com 72 anos, é impressionante assistir o vigor deste senhor do horror brasileiro.
Mesclando elementos surreiais e com bastante gore (até bem realista), Zé consegue realizar um verdadeiro CULT quase que aos berros e pontapés. Isso porque nenhuma distribuidora queria ter este tipo de filme em seus cinemas. As cenas de tortura estão no nível de qualquer Saw ou Albergues da vida.
Agora, pros infiéis detratores desse Blog, uma meia dúzia de cuzão, ae...José Mojica não é ator e suas falas são todas recitadas e com bastante entoação macabra, mas isso não prejudica em nada o andamento da história. E usa os clichês nacionais do horror sem nenhum pudor. Estão lá, as aranhas tarantulas, cobras, baratas, muita mulher pelada, macumba, mãe de santos, velhas cegas, magia negra e muito mais agregado à uma crítica social (policias corruptos, Igreja hipócrita) mais contundente.
Zé do Caixão é um espírito negro reencarnado que faz parte do inconsciente brasileiro que assusta, não pelas imagens, mas pelo que representa.
Com Fotografia e direção de arte excelentes, Encarnação do Demônio é um CULT TOTAAAAAAAAAAAAL!!!
Diálogos de destaque:
- Eu matei suas tias!! Vai fazer alguma coisa?
- Quem encontrar o puto grita: "encontrei o puto"!!!
Com certeza irá ser relembrado daqui há 50 anos como um dos filmes brasileiros mais significativos deste século.

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